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Profissão Docente: Novos Sentidos, Novas Perspectivas.

Resenha  inspirada no livro: Profissão docente: novos sentidos, novas perspectivas.
ed. Papirus. Org. Ilma Passos veiga, 2013

O livro divide-se em duas partes: docência: formação e profissionalização e dimensões existenciais e práticas inovadoras na profissão docente.
Na apresentação do livro Ilma P. Veiga salienta que o trabalho visa reunir o melhor do pensamento teórico e crítico sobre a formação e trabalho docente.
Vou colocar aqui o meu entendimento sobre o livro, porém recomendo a leitura do mesmo, pois traz grandes contribuições para a complementação e reflexão teórica do fazer docente.
Sob o enfoque da docência ser "um conjunto de funções que ultrapassam a tarefa de apenas "dar" aulas" a formação e profissionalização de professores é um mecanismo de complexidade. A profissão docente dinamiza-se diante das diferentes realidades e mentes presentes em uma sala de aula. É preciso ser criativo, disposto, ético e ter metodicidade com profundidade científico pedagógica. Ser professor é envolver-se em ação, envolver-se como pessoa que ensina, aprende, avalia, se avalia, reflete, questiona, pesquisa, ou como diz Paulo Freire: É um ser inacabado, inconcluso, autoformativo.
Para criar sua identidade profissional acredita-se que o professor não deve Estar na profissão, deve Ser professor, dar significado, saber quais suas crenças ou buscar esta sabedoria, qual sua identidade e então direcionar sua prática pedagógica de acordo com a sua intenção, buscando aprofundar-se teoricamente.
Ao entender sua prática ressignificando com teorias o professor avança para um trabalho mais profundo, mais embasado, saindo do "praticismo". No entanto, sabe-se que a prática docente pode estar enraizada na história de vida e experiências vivenciadas anteriormente.
Em um dado momento surge, no livro, dois conceitos: profissionalidade e profissionalização. Profissionalidade refere-se às competências, habilidades, atitudes, saberes desenvolvidos ao longo do processo de profissionalização, onde este refere-se ao processo de inserção da profissionalidade, ao perfil profissional. Acredita-se que se faz no contexto de trabalho. Se aprofunda conforme se desenvolve a prática. Se ressignifica no fazer pedagógico.
Abre-se um debate sobre o papel de formadores na ressignificação do professor. Em uma sociedade capitalista modificando-se constantemente em diferentes esferas o professor, a escola não fica imune a todas estas transformações. Logo a formação de professores tem que se qualificar rompendo barreiras coletivas e individuais, crenças e dogmas.
Pensar em didática e epistemologia faz do ensino um conjunto de saberes e práticas com diversidade de conhecimento, método investigativo, ciência e saberes pedagógicos. O professor necessita ter domínio teórico e prático. Um não pode ser desassociado do outro. Citando Vygostsky que mostra que educar é intervir na capacidade de ser e agir das pessoas, por mediações sociais, por instrumentos simbólicos e materiais, contextualmente em relações comunicativas.
Espera-se que o docente seja capaz de promover um aprendizado cognitivo profundo com significado contextualizado, seja capaz de dominar o conhecimento pedagógico com reflexão e prática, "trabalhe com seus pares, comprometa-se com o seu desenvolvimento contínuo tanto profissional, quanto pessoal".
Ressignificar, redimensionar a prática docente rompe com a possibilidade do esvaziamento da escola enquanto prática social, ressaltando que na educação não há fórmulas, não há uma forma correta haja visto as diferentes dicotomias apresentadas em cada realidade e escola, em cada sala de aula, fazendo da atividade, da profissão docente um ato tão complexo, se bem exercido.
Nada mais atual do que se falar em ressignificar a profissão docente em tempos de isolamento social, em tempos de pandemia. Mais do que nunca os professores buscam significados em seus afazeres pedagógicos, diante do cenário que se apresenta. Questionam-se o que fazer e como fazer. É o momento de preencher-se de empatia e coerência. Pensar em cada aluno de acordo com sua realidade, tentar transpôr-se para a casa dos alunos e tentar visualizar como e de que forma cada um vive e sobrevive, que recursos pode-se propôr, que acesso se pode chegar até eles.
Envolver de capacidade cognitiva, intencionalidade, desenvolver motivos, entender capacidades psicológicas, sensibilizar-se, além de adentrar-se em contexto históricos sociais favorecem o trabalho  docente e a aprendizagem do aluno.

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