Em seus estudos Piaget descobriu que as crianças não aprendem como os adultos. Piaget recomendou aos adultos que adotassem uma abordagem educacional ao trabalhar e lidar com crianças. Piaget modificou a teoria pedagógica tradicional que afirmava que a mente de uma é vazia, esperando ser preenchida por conhecimentos.
Na visão de Piaget, as crianças são as próprias
construtoras de seu conhecimento, constantemente criando e testando suas teorias
sobre o mundo.
Piaget acreditava que a experiência ativa com o mundo
é essencial para o crescimento cognitivo. As crianças constroem seu mundo ao
ordenar o material bruto fornecido por visões, sons e cheiros. Ele atribuía
grande importância à maturação orgânica e à adaptação do sujeito ao meio em que
vive.
Para Piaget, a inteligência consiste na capacidade
individual de acomodação ao meio onde o processo cognitivo teria início nos
reflexos fortuitos e difusos do recém nascido, desenvolvendo-se por estágios,
até alcançar o nível adulto do raciocínio lógico. Ocorre por meio de uma
assimilação progressiva do meio ambiente e uma acomodação das estruturas
mentais para novos conhecimentos adquiridos do mundo em que vive.
Piaget divide o desenvolvimento em períodos de acordo
com o desenvolvimento de novas qualidades do pensamento.
Período
sensório motor (0-2 anos)
O importante aspecto unificador desse período é que a
criança adquire habilidades a adaptações de tipo comportamental. São esquemas
sensomotores. Organizam a informação sensorial e resultam em comportamento
adaptativo, mas não são acompanhados por representações cognitivas ou
conceitual do comportamento ou do ambiente externo. No entanto, o comportamento
durante a infância é autenticamente adaptativo e inteligente e o esquemas
sensomotores são as raízes históricas, a partir das quais se desenvolvem os
esquemas conceituais posteriores.
O desenvolvimento físico ocorre de forma acelerada e
é suporte para o aparecimento de novas habilidades, como sentar, andar,
falar... Com isso, é capaz de realizar uma diferenciação progressiva entre o
seu eu e o mundo exterior.
Período
Pré-operatório (2-6 anos)
A etapa Pré operatória é marcada, em especial, pelo
aparecimento da linguagem oral, por volta dos dois anos. Permite às crianças
pôr em prática além da inteligência construída na fase anterior, também ampliar
suas habilidades em interagir com o meio, transformando-o em ações mentais.
É onde o quadro cognitivo interno que a criança tem
do mundo externo gradualmente vai crescendo através das relações.
Esse período é um dos que oferecem maior dificuldade
à compreensão, sendo fácil subestimar a capacidade da criança, a partir de suas
tentativas de erro e acerto em problemas lógicos simples. Igualmente é mais
fácil superestimar sua capacidade a partir de seu comportamento sensato e
lógico, em situações de brinquedos livres.
Período da
operações concretas (7 – 11 ou 12 anos)
Por volta dos sete anos, os processos de pensamento
formal das crianças se tornam muito mais estáveis e razoáveis. Pode organizar
objetos, segundo uma ordem e tamanho, ajustando novos objetos. É o início de
uma construção lógica, capacidade de estabelecer relações que permitam a
coordenação de pontos de vistas diferentes.
No âmbito afetivo, significa que a criança será capaz de cooperar com os
outros, de trabalhar em grupo e ter autonomia pessoal. Intelectualmente surge a
capacidade de realizar operações.
Período da
Operações Formais ( 11 ou 12 anos em diante)
As realizações finais aparecem no início da
adolescência. Neste ponto a criança pode compreender os princípios básicos do
pensamento causal e da experiência científica. Pode realizar experimentos e
deduzir as suas consequências adequadas.
Neste período ocorre a passagem do pensamento concreto
para o pensamento formal, abstrato. Atinge o equilíbrio entre pensamento e
realidade. Quando compreende a importância da reflexão para a sua ação sobre o
mundo real.
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