Supõe-se que o uso de recursos
tecnológicos nas escolas, nas instituições de educação, sobretudo nas salas de
aula, possibilita criar mecanismos consolidadores de comunicação favorecendo o
compartilhamento de saberes. Neste pressuposto, os professores devem ter
consciência dos seus papéis, produzindo subsídios que propiciam aos alunos uma
imersão e engajamento na busca de novos conhecimentos, indo além dos espaços
físicos, integrando o saber recebido à pesquisa, sendo coautores dos seus
aprendizados e fazendo uso destes espaços digitais com responsabilidade.
Diante destas interfaces e desafios os professores se atualizam, apropriando-se de múltiplas linguagens, novas ferramentas e plataformas de ensino, disponibilizando momentos e espaços síncronos e assíncronos na busca por interação e desenvolvimento de diferentes situações de aprendizagens.
Inserir-se na busca por compreender a
importância do uso de recursos tecnológicos em sala de aula no momento atual,
pode remeter ao pensar sobre as diversidades sociais e da educação, com seus
desafios, com suas pluralidades de tempos e espaços. Percebe-se que a educação
brasileira se apresenta como um universo ímpar, composta de diversos elementos
implícitos apresentados nas mais diferentes realidades.
Almejando por diminuir diferenças e
baseando-se na legislação, art. 205, (BRASIL,88) em que preconiza a educação
como “um direito de todos e dever do estado e da família”, acredita-se que, ao
adotar o uso das tecnologias na sala de aula, mais precisamente as Rede Sociais
e Mecanismos e Plataformas de Busca, os professores anseiam por aproximar-se
dos alunos e garantir a estes o direito e o acesso à escola, disponibilizando
práticas pedagógicas que apresentam o esforço de que todos sejam partícipes dos
processos de aprendizagens e interações escolares.
O uso da tecnologia na educação
pode sinalizar novos encaminhamentos e posturas docentes e discentes, atendendo
tanto exigências de caráter pedagógico, como condições técnicas e financeiras
de diversas realidades educacionais. Este processo provoca, sobretudo, a
reavaliação de inúmeras metodologias que podem transformar a prática educativa
em atividades fortemente interativas. (PEREIRA; ARAÙJO, 2020).
A priori, diante da urgência em
transformar os espaços escolares, supõe-se que os professores e equipes
pedagógicas não deixaram de pensar nos alunos, nas suas realidades, ao
gerenciar os processos de ensino e aprendizagens, fazendo-se necessário
reaprender a ensinar, reaprender a transmitir subsídios em que os mantivesse interessados
e engajados aos currículos escolares, vendo-os e percebendo-os como sujeitos de
diversificadas relações e realidades.
As discussões sobre o uso das tecnologias
na sala de aula e as formas de ensino híbrido transcorrem a longa data, porém
apresentava-se como algo distante e irreal. Com o avanço da Pandemia COVID-19,
as transformações dos espaços escolares aconteceram de modo acelerado e as
escolas buscaram formas de se prepararem para a nova realidade. Intensificou-se
o saber de que os professores e profissionais da educação devem estar em
constante e permanente formação.
Não bastam serem receptores de informação,
os protagonistas da educação passaram a serem autores de suas produções,
assimilando ferramentas antes não usadas para que se fizessem as mudanças e se
aplicassem as possibilidades de inovações e de modo dinâmico e emancipatório,
construíssem a identidade do seu fazer pedagógico. Paulo Freire (1979, p. 16-17)
já falava sobre a importância de transformar-se, enquanto docente, diante da
realidade.
Se a possibilidade de reflexão
sobre si, sobre seu estar no mundo, associada indissoluvelmente à sua ação
sobre o mundo, não existe no ser, seu estar no mundo se reduz a um não poder
transpor os limites que lhes são impostos pelo próprio mundo, do que resulta que
este ser não é capaz de compromisso. É um ser imerso no mundo, no seu estar,
adaptado a ele e sem ter dele consciência. Sua imersão na realidade, da qual
não pode sair, nem “distanciar-se” para admirá-la e, assim transformá-la, faz
dele um ser “fora” do tempo ou “sob” o tempo ou, ainda, num tempo que não é
seu. O tempo para tal ser “seria” um perpétuo presente, um eterno hoje.
(FREIRE, 1979).
Acredita-se que o uso das tecnologias aplicadas à educação aprimora a comunicação entre discente e docente enfatizando que os alunos pertencem a uma geração nativa aos atuais processos e recursos digitais. Estes recursos tem revelado ferramentas múltiplas com capacidades e utilidades nos processos de ensino e aprendizagens.
Conclui-se que internet tem se apresentado
como espaço de produção cultural e de saberes, apontando para um vasto campo de
informações. Este espaço tornou-se habitado por sujeitos que produzem e se
constituem como comunidades, que se agrupam em redes sociais mediando-se e
sendo mediatizados através das tecnologias digitais em rede.
Nesta pluralidade, as instituições
escolares não poderiam se distanciar e manter-se imunes aos diferentes chamados
a fazer parte deste ciberespaço. As instituições de ensino, comprometidas com
as aprendizagens de seus alunos, instituem nos seus contextos práticas
inovadoras, acompanhando as diferentes realidades, interesses e vivências,
embora, imbuídas de subjetividades e complexidade.
Adentrar-se a esta realidade supõe transpor barreiras e desafios, buscando superá-los diariamente sem deixar de reconhecer o quanto é importante transformar-se e reconhecer as potencialidades que as tecnologias digitais transportam para as ações educativas pedagógicas.
BRASIL.
Constituição (1988). Diário Oficial da União. Poder Legislativo,
Brasília, DF: 05 out. 1988.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 16/08/2021.
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
PEREIRA, Nádia; ARAÙJO, Mauro. Artigo: Utilização de recursos tecnológicos na Educação: caminhos e perspectivas. 2020. Disponével em: https://www.researchgate.net/publication/343220209_Utilizacao_de_recursos_tecnologicos_na_Educacao_caminhos_e_perspectivas, acessado em: 14/08/2021.
SANTOS, Edméia. Pesquisa-formação na cibercultura. Teresina: EDUFPI, 2019.
YAEGASHI,
Solange. Novas Tecnologias Digitais: Reflexões sobre mediação, aprendizagem
e desenvolvimento. Curitiba: CRV, 2017.
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